quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Compreendendo o Aventureiro - Curso de Conselheiros


 Compreendendo o Aventureiro
Um período latente
No seu todo, esses anos são um período de paz. São geralmente chamados de período "latente" na vida de uma criança.
Por serem assim, e porque durante este estágio a criança, como em nenhum outro período da vida, procura agradar os pais e outros adultos, podemos ser tentados a nos descuidarmos e negligenciar algumas de nossas mais importantes responsabilidades e oportunidades.
Pelo fato de a criança parecer cooperadora, os pais são tentados a crer que a maior parte de suas responsabilidades na educação dela não precisa ser usada. A agressão e o confronto, manifestados pela criança nos seus primeiros anos parece ter-se convertido em introspecção. Os conflitos deram lugar ao ajustamento.
Mas, na realidade, esse período latente é um curto momento que pais e filhos têm para aprenderem a se conhecer mutuamente. Num sentido real, esta é a última oportunidade de que os pais dispõem para desempenhar um papel verdadeiramente completo e especial como amigos, conselheiros e guias. Os pais devem ajudar, agora, seu filho a revelar- se, enquanto ainda existe a possibilidade de moldá-lo.
A necessidade de afeição
Nas enfermarias dos hospitais para crianças, os médicos frequentemente prescrevem ASG - Amor Solícito e Gentil - para seus jovens pacientes. O maior obstáculo para o crescimento do espírito é a falta de amor. Há crianças que ficam enfraquecidas e morrem fisicamente por falta de amor. Muitas outras ficam exauridas e morrem emocionalmente pelo mesmo motivo.
Um líder em educação pública, falando a administradores de escola, disse que muitas crianças inteligentes e capazes não  conseguem um bom desempenho, não por  necessitarem de disciplina mais estrita, mais  habilidades e melhores métodos educacionais. 
Antes, elas não são bem sucedidas porque se sentem alienadas. Elas precisam sentir que são amadas e pertencem a alguém. “Por isso", ele incitou administradores e professores a que "façam que o amor brilhe em seus olhos".
Não estamos exagerando ao afirmar que, neste meio estágio da infância, a razão mais importante de a criança desejar ser boa é o fato de se sentir amada por seus pais. Quando esse amor se perde ou não é sentido, a criança tem pouco motivo para ser boa.
A criança vive mais pelo amor do que pelo abrigo, alimento, roupas e brinquedos. O crescimento emocional da criança.
Durante a idade de seis a doze anos, o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança  acontece rapidamente. A criança não somente lembra os fatos acontecidos,  mas é igualmente capaz de recordar os sentimentos que acompanharam cada situação - uma viagem, um acidente ou uma visita. Tanto se registram nesta idade os detalhes da duração da viagem, ou quão sério foi o ferimento, ou o que foi dito ou feito, como também tudo o que foi sentido.
A criança tende a lembrar e sentir emoções de uma experiência, talvez mais do que ensinos preciosos, e está alerta sobre como e em que tom alguma coisa foi dita, como também sobre o que foi dito. A criança está apta a se lembrar com exatidão de suas reações emocionais, tanto quanto do que aconteceu fisicamente.
Para que o ensino seja recebido interiormente, os sentimentos de uma criança devem ser envolvidos.
Independentemente de quão bom o ensino possa ser, se a atmosfera ou atitude durante o ensino é desagradável, os sentimentos se tornam mais determinantes do que o ensino.
A necessidade de Incentivo
“Quando eu tinha oito anos de idade, estava brincando em casa e cantando algumas das músicas que havia aprendido na escola. Minha mãe veio até meu quarto e disse: Você tem uma voz muito bonita. Continuei os estudos de música até me tornar professora, tendo ensinado durante toda a minha vida“.
Uma senhora contou- me esta história em Illinois após eu ter falado sobre a importância do incentivo. No desenvolvimento da criança, desde o recém-nascido até os primeiros passos, do pré-escolar à idade escolar, o papel dos pais muda de provedores de cuidados a protetor, educador e, por fim, incentivador. A criança neste estágio desabrocha à custo de incentivos. Nesta idade a criança faz de tudo para agradar os pais. Certamente, neste estágio, uma meta primordial dos pais é promover o auto- respeito dos filhos, ao mesmo tempo que incentivar gradualmente sua maior independência e autodisciplina.
Ativo e barulhento
Um pré-adolescente saudável e feliz é um jovem ativo e barulhento que acha difícil ficar imóvel. Esses jovens praticam  incessantemente o desenvolvimento de suas  habilidades em esportes, música e outras  áreas que os fascinam no momento. Tudo  isso é bom e apropriado, desde que o jovem,  desta forma, desenvolva a autoconfiança e descubra seus interesses particulares.
Senso de habilidade e competência
Durante esses anos a criança está cheia de energia, curiosidade e desejo de fazer coisas. É então que as atitudes para com as tarefas, hábitos de trabalho, competência e capacidades em áreas de interesse específico estão sendo formados. Este é o momento de os pais e professores promoverem todos os tipos de oportunidade e experiências para que a criança seja bem sucedida. É a fase em que os hábitos se formam e se estendem para o resto da vida.
Por outro lado, se uma criança nesta maravilhosa idade do "fazer" recebe crítica, tem repetidas experiências fracassadas e não é cumprimentada e incentivada, ela viverá com o complexo de incompetência e inferioridade. Uma criança nesta faixa de idade pode prontamente carregar muitos temores de inferioridade quando tentar novas coisas, o lugar do elogio.
Incentive sempre seu filho, sem importar- se com o tamanho de seu sucesso. Toda criança melhora seu desempenho graças à aprovação, sucesso e realização. Cuidado com a crítica. Durante a pré-adolescência, principalmente, a crítica negativa pode criar uma criança hesitante e desalentada que recua diante de qualquer tipo de ação ou decisão. Por outro lado, o elogio estimula a criança a desenvolver habilidades e confiabilidade, uma vez que toda criança tem um profundo desejo de agradar.
WilliamJones escreveu: "O princípio mais profundo da natureza humana é o ardente desejo de ser apreciado." Nunca isto foi mais verdadeiro do que na pré-adolescência.
O gosto pela aventura
As crianças desta faixa etária antegozam e desfrutam a aventura - tanto em jogos ou brinquedos como em questões intelectuais. Quanto mais alargamos esses horizontes, mais coisas provemos para o aprendizado da criança e melhor a preparamos para uma adolescência mais rica.
Muitas crianças são amantes entusiásticas de livros nesta idade, podendo encontrar uma grande porção de aventura na prática de leitura. Histórias de aventura que retratam heróis íntegros podem ser de grande influência. Levar as crianças  a visitar lugares importantes e pessoas significativas nesse estágio da vida também  pode deixar nelas impressões duradouras.
A necessidade de regras
Se as regras são de importância básica durante os primeiros curtos anos da vida de uma criança, elas permanecem essenciais para as crianças dos seis aos doze anos. As crianças sentem-se seguras quando as regras são claras e aplicadas especificamente.
Isto não quer dizer que os pais precisam de uma longa lista de regras; antes, quer dizer que os pais devem expor regras importantes que a criança compreenda e às quais se amolde como membro da família. Uma boa regra tem pelo menos três ingredientes importantes.
·       Prejudica ou ajuda a si mesmo ou a outros?
·       Trata do que é moralmente certo ou errado?
·       Trata das coisas que a família, sob a liderança dos pais, decidiu que será a prática de todos dentro do grupo?
Pais prudentes usam a disciplina que coloca cada vez mais responsabilidade nas mãos da criança, para assim prepará-la para a verdadeira maturidade.

A necessidade de trocar ideias e fazer coisas juntos
O que a criança necessita especialmente durante esses anos é um clima em que possa expressar livremente suas ideias. A criança precisa comunicar pensamentos e sentimentos e será grandemente beneficiada se os pais usarem esse tempo para aprender a conhecer e compreender o seu modo de pensar e os seus desejos.
O pré-adolescente é perfeitamente capaz de raciocinar, desde que prevaleça o tipo certo de atmosfera. Os filhos participarão na medida em que saibam que continuam sendo amados e aceitos.
Este é também o tempo em que a criança se torna mais curiosa a respeito do sexo e das relações humanas. Os pais precisam estar preparados para perguntas de toda sorte  sobre sexo, mentiras e furtos. Não devemos ser apanhados desprevenidos e ter de recorrer a respostas como: “Você é um menino sujo”, ou “Crianças educadas não falam desta maneira”, ou “Você é mau”.
A menos que nós, pais, nos preparemos a respeito do significado desse tipo de comportamento, podemos ser tentados a reagir ou responder muito rapidamente.
Mas, se fizermos um esforço para compreender o desenvolvimento de nosso filho, bem como pensar mais à frente sobre como nos sentimos a respeito do comportamento que eles querem discutir, teremos mais facilidade de manejo quando essas situações surgirem. A forma como respondermos determinará, em grande parte, quão aberta a criança será conosco durante os anos da adolescência.
Lembre-se, uma criança se abrirá somente na medida em que saiba que continua a ser amada e aceita. Certamente, isto é verdade em todos os níveis e idades.
Texto extraído do livro: “Quando seu filho tem entre 6 e 12 anos” - John M. Drescher -United Press.


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